10.11.17

Faxina, 2017

bordado industrial e pó sobre flanelas 
38 x 28 cm (cada)
edição de 5 + p.a.
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Seis faxinas foram feitas, cada uma, com dois panos de limpeza nos quais estão bordadas marcas gráficas referentes ao Manifesto Ruptura (1952), marco inicial do concretismo brasileiro, e ao Manifesto Neoconcreto, com a capa do Suplemento Dominical do Jornal do Brasil de 23/03/1959, onde foi publicado. A estética do pano de limpeza sujo, algo comum no uso e manutenção cotidianos da casa, contrapõe-se aos ideais concreto e neoconcreto que, embora tivessem em sua raiz uma utopia social, revelaram-se discursos elitistas e descolados do "mundo real" - ainda que o neoconcreto tenha sido uma reação aos preceitos racionais e geométricos concretistas, voltando-se para o fenomenológico do corpo. O trabalho tem ainda, de forma subliminar, a figura da faxineira, membro de uma classe social que passou ao largo da utopia e da disputa concreto-neoconcreto e que talvez se relacione com, por exemplo, um Bicho de Lygia Clark, limpando-o.