23.10.12

Vídeo, 2012

adesivo de corte branco sobre parede pintada de cor escura
dimensão variável




Vídeo é um texto em cor branca adesivado sobre uma parede escura. 

O assunto do texto – a mudança que significados e conceitos sofrem com o tempo – desenvolve-se em uma narrativa dividida em duas partes: na primeira, em tom ensaístico, uma voz impessoal diz algo para o mundo; na segunda, em tom de conversa, alguém diz algo para alguém. 

Tratadas como cenas, as duas partes são fundidas no neologismo “precisosseu”, resultado da fusão de “...precisos. Se eu...”, que está localizado no meio da mancha textual. Este jogo de fusões é uma referência ao fade in fade out audiovisual, que dilui uma cena na outra pela fusão de imagens. 

Nesta obra, a escrita segue a sintaxe do idioma mas também a da edição fílmica: a passagem de uma cena para outra via fusão de palavras em "precisosseu" (como no fade in fade out); o mínimo de pontuação para se conseguir um fluxo contínuo de leitura, como em um plano sequência; o loop que é construído na estrutura do texto – que volta sempre ao início, podendo ser lido infinitamente – e que é evidenciado na junção do “h”, do final, com o “á”, logo no início, que provoca o loop e dá ao começo da leitura a sensação de quem assiste a um vídeo já iniciado.

A primeira vez que este trabalho foi veiculado, foi para ilustrar uma entrevista minha dada ao jornal O Globo, do Rio de Janeiro, em 22 de outubro de 2012 (imagens a seguir). Desta forma, este vídeo estreou neste dia e, através da circulação do jornal, ficou em cartaz por vinte e quatro horas.




Abaixo, visão da exposição Palavras são coisas, na Oficina Cultural Oswald de Andrade, abril de 2013, em São Paulo. No primeiro plano, Encontro de Mares. Em seguida, a obra em Escritexpográfica, janeiro e fevereiro de 2017, Galeria Vermelho, São Paulo.